Dia 17 de
Janeiro de 2014 foi concluída a Expedição Seis Fronteiras. Dela participaram
quatro membros do MOTO CLUB DE CAMPOS: Sérgio Côrtes (BMW 1200 GS), Carlos
Eduardo Caldas (Fazer 600), José Amaro Cardozo (TDM 900) e Osmar “Gaúcho”
Harter (Honda Varadero). Boa parte deles já teve aqui, em nosso Blog,
registrados outras aventuras:
Sérgio
Côrtes:
Sérgio
Côrtes, Carlos Eduardo Caldas e José Amaro Cardozo.
Aproveitando
o talento do Dudu (Carlos Eduardo), pedimos que fizesse para nós o registro desta linda viagem.
Como temos muito que contar vamos dividir a aventura em duas partes: De Campos
a Lima (Peru) e de Lima até Campos. Vamos a primeira narrativa:
"Eu (Eduardo
Caldas) mal tinha acabado a viagem do fim do mundo (Ushuaia), e já tinha a
certeza do próximo destino: Machu Picchu, no Peru. Pois bem, foi um piscar de olhos, 2013 passou
muito rápido e já era hora de bater o martelo! Acertar os detalhes, definir
datas, e pesquisar sobre o clima em Machu Picchu, pois é quando se inicia o
período de chuvas.
Para nossa
surpresa, perdemos, por desistência, dois parceiros de viagem: Otávio Côrtes e
Marcos Pires. Dessa forma, tínhamos como certo para essa viagem a participação
do Sérgio Côrtes, José Amaro e eu. Mas, eis que surge outra grande adesão para
viagem, o nosso amigo Osmar “Gaúcho”, que timidamente perguntou se poderia
fazer parte do grupo. Revelou-se um grande companheiro de estrada, de viagem,
grande pessoa que só agregou valores a essa maravilhosa viagem.
De livre e
espontânea pressão tive que assumir a ponteira do grupo, já que estou
acostumado a viajar sozinho ou na “cozinha” quando estou em grupo, logo pensei:
“ vai ser difícil". Mas o grupo foi tão
homogêneo que ficar na ponteira não foi problema algum. E lá estávamos, com nossas motos equipadas,
pneus de reserva e na bagagem, expectativa, dúvidas, medos e uma vontade imensa
de ligar a moto e acelerar.
Início da
viagem 20 de Dezembro de 2013.
O primeiro
trecho foi travado, estrada ruim, a moto parecia que ainda estava aquecendo.
Perto de Miracema, gaúcho com seu “para-choque” deu um jeito de arrancar o
alforje que Zé tinha acabado de reformar para viagem. Foi o que precisávamos!
A viagem
tinha começado, as motos estavam aquecidas, nossos corpos conectados como no
filme do Avatar. Tínhamos alguns compromissos com o calendário, e um deles era
encontrar as esposas (Gisele, Vera Cortes e Barbara Carvalho) em Rio Branco no
dia 24 para passarmos o Natal juntos e depois elas embarcariam nas motos até
Machu Picchu. Dessa forma dormimos a primeira noite em Araxá – MG, a segunda
noite em Jaciara – MT, depois Vilhena em Rondônia, e no dia 23 estávamos em
Porto Velho.
Dia 24 de
dezembro, pegamos as máquinas devidamente revisadas e partimos em direção a Rio
Branco. Foi quase sincronizado. As
meninas chegaram ao hotel e minutos depois estávamos na portaria. Um bom banho e umas cervejas geladas para
comemorarmos a conclusão da primeira etapa da viagem. Saímos à noite para um restaurante próximo do
hotel para passarmos o Natal e no dia seguinte, estrada. Agora na companhia das
mulheres. Em terras Peruanas a programação era dormir em Puerto Maldonado.
No caminho,
encontramos em um posto de combustível o casal de brasileiros Cezar e Tânia,
que estavam em uma Suzuki V Strom, e vinham de Sapezal, MT com destino a Machu
Picchu. Conversamos um pouco enquanto a
chegada do Sérgio, pois sua moto tinha ficado sem combustível e assim que
abastecemos, nos despedimos do casal e seguimos viagem.
Na fronteira
do Brasil e Peru, encontramos novamente o casal e depois da “agilidade” dos
funcionários peruanos, e mais de duas horas depois, saímos todos em direção a
Puerto Maldonado. Chegamos tarde, a
noite e sem moeda local. O Zé Amaro ainda se perdeu do grupo, depois que a moto
de Sérgio deu um “chilique”. Mas no final das contas encontramos com Cezar e
Tânia Vidal que já tinham reservado o hotel para todos nós. Foi o início de dias maravilhosos na
companhia deste casal.
Aqui fica uma
dica de viagem: troque dinheiro na aduana, ou sempre viaje com dólares.
Dia 26,
acordamos, tomamos o café e saímos para sacar dinheiro local, mas era feriado e
os bancos estavam fechados. O Gaúcho foi
tentar sacar um caixa eletrônico e perdeu o cartão. Voltamos para o hotel, tentamos ligar para o
banco a fim de cancelar o cartão, mas quando você precisa de um gerente... bom!
Um peruano, que estava no hotel, nos indicou uma hospedagem com garagem em
Cuzco. Anotamos os dados e partimos para
a estrada, detalhe, sem um sole no bolso, moeda local.
Aqui fica
mais uma dica de viagem: Leve mais de um cartão de bandeira diferente.
Era estranho
a presença dos tuque tuques, trânsito louco, todos buzinando... nossa! Pegamos
estrada e até então o cenário não havia mudado, eis que começamos a subir em
direção a Cuzco. Nossa, e como sobe!
Muito frio e gelo, afinal, estávamos cruzando as cordilheiras dos Andes. Avistei uma placa cheia de gelo que dizia a altitude:
4.725 metros.
Estávamos
cansados e com frio, até que o Cezar avistou uma cabana no meio do nada, parou,
entrou e saiu pulando e gritando: “venham, entrem”! Os locais estavam
preparando uma truta maravilhosa que era acompanhada de batatas e um chá de
coca, para esquentar e tratar os sintomas da altitude. Pagamos cerca de R$10,00 por pessoa.
Alimentados,
pegamos estrada novamente, a noite ia caindo, viajávamos em altitude e eis que
nosso amigo Gaúcho começou a se sentir mal, com tonteira e dor de cabeça. Paramos e decidimos fazer uma troca
emergencial de moto, então Zé assumiu a moto de Gaúcho, eu a de Zé, Gisele a
minha e Gaúcho de garupa até Cuzco. Lá
chegando, meu GPS apelidado carinhosamente como “paraguaio” apagou. Já era o segundo, pois o primeiro que tinha
comprado para essa viagem, um Aquarius duas rodas, deu pau em Cuiabá.
Já no hotel,
bebemos muito mate de coca. Sem dinheiro local, nosso amigo Cezar nos
surpreende mais uma vez! Ele tinha
trocado alguns soles na aduana, e com esse dinheiro pediu uma pizza por telefone
e salvou a galera.
Acordamos
mareados, e depois do café saímos para reconhecimento local. Tiramos dinheiro e contratamos um pacote de
três dias para conhecermos Cuzco. Museu,
construções Incas, até que no terceiro dia: Machu Picchu! Realmente não dá para entender como aquela
cidade resiste ao tempo. Uma construção
riquíssima em engenharia. Vale muito a
pena conhecer esse lugar maravilhoso.
Nessa altura,
o grupo havia crescido com a chegada de Cezar com sua esposa e todos juntos
saímos em direção a Lima. Tínhamos um
hotel reservado para o dia 31, onde passaríamos nosso reveillon. O dia começou com o pneu de Zé furando e
depois de alguns reparos, pé na estrada.
Tínhamos o conhecimento de que este trecho seria duro. São quatro subidas recheadas de curvas que
ultrapassam 180º. Nossa! É muita curva, muita subida, descida e um visual que
até hoje nunca vi em uma estrada. A mais
bonita de todas! E contrariando a
previsão de alguns locais, não pegamos gelo na pista. Mas o risco existia.
No caminho de
Lima, passamos pelas misteriosas linhas de Nasca, e ainda achamos que de noite
alguém vai lá remarcar aquelas linhas.
Mistério!
Por volta de
meia noite do Brasil, 21 horas no Peru, chegamos ao hotel. Um grande e luxuoso hotel. Agora imagina a cena: um bando de
motociclistas de preto, com as bagagens sujas de estrada se hospedando naquele
hotel. Sem dúvida nos olharam de cima em
baixo. Depois de um bom banho, saímos
para comemorarmos o ano novo.
Dia seguinte,
acordamos e pegamos uma van. Aliás, táxi em Cuzco é muito barato, já em Lima
nem tanto. Então pegamos a van em frente
do hotel e fomos em direção a um shopping que fica na beira mar de Lima e no
caminho já fizemos amizade com Daniel, que era o motorista da van. Na verdade, ele era o dono de uma frota que
presta serviço para o hotel que ficamos.
Que figura! Virou nosso guia,
fizemos um tour com ele. A noite fomos assistir a um espetáculo no parque das
águas. Imperdível! Na manhã seguinte
Daniel nos levou para conhecermos as praias do sul de Lima, dentre elas a
famosa Punta Rocas, que me fez lembrar as praias brasileiras, com barracas,
porém com pouca gente. Foi nosso
primeiro banho no Pacífico. Segundo
Daniel, o povo peruano adora frango, e ele nos indicou o Pollo do
Belizário. Um lugar onde comemos o
melhor frango na brasa de nossas vidas.
É hora de
despedida e as esposas tinham que partir de volta para o Brasil, então Daniel
as levou para o aeroporto na noite de sexta.
Despedidas, saudades e era hora de arrumar nossas malas, afinal no dia
seguinte pegaríamos nossas máquinas para mais uma etapa de estrada em direção a
Puno, para visitar o lago Titicaca."
Continua na
próxima matéria.
Autoria e fotos:
Carlos Eduardo Caldas
Show,,,,,vcs passaram por minha amada cidade Ariquemes em Rondonia.....
ResponderExcluirja fiz essa viagem, vcs conheceram Mira Flores em Lima???
Resposta do Carlos Eduardo Caldas:
ExcluirOlá amigo. Não só conhecemos como ficamos hospedados neste bairro. Fizemos uma pesquisa antes da viagem e junto com San Isidro, este foi um bairro muito recomendado para hospedagem.
Abç.